Oceano Ártico tem a segunda
menor cobertura de gelo já registrada
Por Patrícia Herman em 19.09.2011 às 17h30min
As notícias sobre o
derretimento de geleiras aparecem o tempo
todo. E de acordo com o Centro Nacional de Neve e Gelo, a cobertura de gelo
marinho espalhada pelo Oceano Ártico encolheu para o segundo nível mais baixo
desde que um satélite começou a monitorar, em 1979.
As áreas do Ártico, que tem
pelo menos 15% de gelo marinho, totalizaram 2,7 milhões de quilômetros
quadrados, ligeiramente acima do recorde de baixa de 2,59 milhões de
quilômetros quadrados registrados em 2007.
O que ainda deve ser
determinado é se essa relatada cobertura do gelo marinho será a mais baixo do
ano, já que os mínimos anuais são geralmente alcançados em meados de setembro.
De acordo com
pesquisadores, a cobertura de gelo pode diminuir por conta de seu derretimento
ou de ventos, ou de ambos. No entanto, algumas áreas, incluindo as mais
próximas ao Polo Norte, foram mostrando
sinais de crescimento do gelo.
Provavelmente há um pouco
das duas coisas acontecendo – derretimento e descongelamento.
Porém, uma outra
instituição de pesquisa informou que a cobertura deste ano foi a mais baixa no
registro. Um relatório divulgado pela Universidade de Bremen, na Alemanha,
afirmou que a cobertura do gelo marinho ficou abaixo de 2007.
Independente da medida, o
fato é que a cobertura de gelo do Ártico tem diminuído drasticamente nas
últimas décadas. A cobertura medida pelo Centro Nacional foi apenas dois terços
da cobertura média medida de 1979 a 2000.
Acredita-se que a redução
do gelo do mar deve ter impactos em cascata sobre o clima no norte polar e
latitudes ainda mais baixas. De acordo com algumas pesquisas, os moradores no
sudoeste do Alasca já estão vivendo alguns desses efeitos.
O estudo examinou as
observações de moradores mais velhos em duas aldeias da região. Eles relataram com
detalhes mudanças drásticos ao longo dos anos na
espessura do gelo do rio, um risco à segurança pública, pois sem estradas entre
as aldeias os moradores precisam fazer viagens de inverno sobre o gelo do rio.
Os moradores também
testemunharam mudanças para vários animais, particularmente para alces e
castores, mudanças na vegetação e uma menor disponibilidade de troncos que
costumavam ser empurrados por correntes poderosas de água de degelo da
primavera. Com o gelo do rio reduzido, o degelo na primavera é menos poderoso
do que era no passado.
Muitos estudos sobre as
mudanças do clima estão sendo realizados em larga escala e há uma dose de
incerteza a respeito de como as mudanças climáticas terão impacto em regiões
específicas. Se o perigo é grande ou pequeno não se sabe, o fato é que é
preciso ficar de olho. [Reuters]
Fonte: Hypecience.com
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