21 de abril de 2014
Foto: Divulgação
Em meio a um
projeto que visava estimar as populações de primatas ameaçadas de
extinção, pesquisadores notaram um próspero mercado
de carne de animais selvagens na África
Ocidental – e descobriram algumas provas perturbadoras. Uma companhia chamada
Daobly, que opera na Costa do Marfim, vende aproximadamente 9.464 primatas
todos os anos, muitos dos quais pertencem a espécies ameaçadas. As informações
são do The Dodo.
A dupla de
pesquisadores da Universidade do Oregon e da Universidade Estadual de Ohio,
realizou pesquisas no mercado em 2009 e em 2010, registrando a data, as
espécies e o estado de preservação de todos os cadáveres de primatas trazidos
de canoa de um rio próximo. Os animais à venda no mercado Daobly vinham
principalmente do distrito de Konobo, no leste da Libéria, uma área em alta
prioridade de preservação que contém diversas espécies ameaçadas. Entre os
animais mortos para consumo humano havia antílopes, várias espécies de macacos
e até dois chimpanzés.
O estudo,
publicado no jornal Tropical Conservation Science, comparou o número estimado
de animais mortos para consumo com a população estimada na floresta, e revelou
que o nível de caça para fornecer carne para o mercado pressionava
demasiadamente as populações de primatas. E ainda pior, os pesquisadores
disseram que suas estimativas eram muito conservadoras, pois há outros mercados
onde as carnes são vendidas e que não foram considerados, bem como alguns
fornecedores que se recusaram a deixá-los contar os animais que eles tinham à
venda.
De acordo com o
estudo, a demanda por carne de animais selvagens vem da Costa do Marfim, apesar
da maior parte do produto ser fornecida pela Libéria. Embora esse estudo não
alcance esse assunto, outras pesquisas apontaram demanda ocidental por essas
carnes da África. Um estudo que examinou as apreensões de animais selvagens em
Charles de Gaulle (Paris) encontrou um comércio impressionante e lucrativo,
impulsionado principalmente pela demanda europeia por iguarias.
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